PORQUE LI?
Li-o para preparar o meu primeiro Caminho de Santiago. O objetivo fora estabelecido há muito e pude concretizá-lo este ano, entre 2 e 11 de Julho. “Bom Caminho” foi-me oferecido pela Planeta quando foi publicado, em 2013, e embora até já o tivesse emprestado a outros peregrinos, aguardava na estante pela sua oportunidade nas minhas mãos. Foi desta!
O QUE ACHEI?
“É comum ouvir dizer que o Caminho é como a vida. Mas se a vida fosse como o Caminho, então viveríamos num mundo onde as trocas seriam espontâneas, simples e as pessoas leves nas suas intenções.” (Pág. 110)
Fausta Cardoso Pereira fez o Caminho de Santiago duas vezes: uma de bicicleta, na companhia do marido; outra a pé, na companhia de duas amigas. “Bom Caminho”, um livro sucinto, com apenas 137 páginas, é um relato breve dessas duas experiências, da forma como se preparou para cada Caminho, dos desafios que cada um impôs, das pessoas que conheceu durante essas jornadas e das suas histórias, dos pensamentos que lhe ocorreram quando passou dias a pedalar e a caminhar, das alegrias e dos desaires.
A principal lição que aprendi com o meu primeiro Caminho de Santiago é que cada um faz o seu Caminho. Nas semanas prévias, preocupei-me em falar com o maior número possível de pessoas que já tivessem vivido esta experiência, para que me dessem conselhos e partilhassem dicas valiosas — o que é indispensável pôr na mochila, como evitar bolhas nos pés, que albergues escolher para dormir, etc. Julgo que foi a ler “Bom Caminho” que entendi, de uma vez por todas, que por muito que me informasse e preparasse, o meu Caminho seria único. E foi.
Parti mal preparada fisicamente e, contrariamente às minhas expectativas iniciais, com a mochila demasiado pesada. Mas relaxei, pus o telemóvel em “modo avião”, esvaziei a cabeça e durante dez dias limitei-me a seguir as setas amarelas a partir da Sé do Porto. O meu primeiro Caminho de Santiago foi uma das experiências mais poderosas que vivi. Tão poderosa quanto a volta ao mundo feita em 2014, na qual investi uns maravilhosos seis meses. Só penso em fazer um novo Caminho para o ano.
“Bom Caminho” tem boas dicas (embora eu tenha ignorado a maioria…), faz um bom relato da História do apóstolo e das origens do Caminho e contém reflexões de pendor filosófico estimulantes. Por ser um livro curto, simples e fácil de ler recomendo-o a quem esteja a pensar meter-se nesta linda aventura, pela primeira ou pela enésima vez.
“(…) a diversidade do Caminho acolhe, depois absorve e por fim o espaço que ficou vazio é preenchido por uma vontade de construir activamente o destino.” (Pág. 137
Boas leituras! Bom Caminho!
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