Li “Poemas Para as Quatro Estações” porque foi escrito por uma amiga e ex-colega de trabalho: Manuela Leitão. Fiz questão de comprá-lo, sabendo à partida que seria um bom livro. Embora não tivesse comprado os seus livros anteriores — “Viagem ao Mundo da Alimentação” (Campo das Letras, 1997) e “Poemas da Horta e Outras Verduras” (Máquina de Voar, 2014) — conhecia-os bem e ajudei a vendê-los nos meus tempos de livreira.
O QUE ACHEI?
Como foi bom viajar pelas quatro estações do ano guiada pelo olhar cristalino, vivo, alegre e multicolor da Manuela!
“Poemas Para as Quatro Estações” é composto por 24 poemas curtos, de leitura fácil, simples até, mas riquíssimos em sensações: o olfato, a visão, a audição, o tato e o paladar são constantemente estimulados graças à escolha e combinação das palavras certas e à construção de metáforas inteligentes e divertidas.
Os poemas da Manuela Leitão, ilustrados com mestria pela Catarina Correia Marques, leem-se de fio a pavio com um sorriso nos lábios. Por vezes pedem óculos de sol; outras vezes, agasalhos. Quase sempre, levam-nos a viajar no tempo e no espaço. E também fazem crescer muita água na boca.
Gosto tanto de todos, que me foi muito difícil escolher o meu poema preferido. Porém, há um que reúne a estação do ano de que mais gosto, a fruta que mais adoro e um dos aromas que mais me emociona:
Tão lindo, não é? Se o verão fosse gente de carne e osso, aposto que ele próprio diria ser este o seu melhor retrato.
“Poemas Para as Quatro Estações”, publicado pela Máquina de Voar, é um daqueles livros sem faixa etária recomendável. São assim os bons livros pensados para os mais pequenos: fazem-se transversais. Por isso hei de oferecê-lo a muita gente, pequena ou graúda. A Manuela vê o mundo ao seu redor com “olhos de ver bonito” e nós precisamos desesperadamente de beleza (embora muitos ainda ignorem essa necessidade…).