PORQUE LI?
O livro foi-me oferecido por ocasião da minha visita a uma escola da Figueira da Foz, onde falei das minhas aventuras pelo mundo fora a propósito do Acordo Fotográfico e do livro “Uma Volta ao Mundo com Leitores”. Comecei a lê-lo nessa mesma tarde, no comboio, durante a viagem de regresso a casa e terminei-o poucas horas mais tarde.
O QUE ACHEI?
“A maior parte das mulheres extraordinárias de que este livro fala nunca sentiram esse estímulo. Por muito importantes que tenham sido as suas descobertas, por muito audazes que tenham sido as suas aventuras, por muito geniais que elas próprias tenham sido — foram constantemente menosprezadas, esquecidas e, nalguns casos, quase apagadas da História. É importante que as raparigas percebam os obstáculos que têm pela frente. E é ainda mais importante que saibam que esses obstáculos não são inultrapassáveis.” (no Prefácio)
“Histórias de Adormecer Para Raparigas Rebeldes” reúne cem pequenas biografias de mulheres extraordinárias e é um livro maravilhoso, com uma história muito bonita por detrás. As autoras, Elena Favilli e Francesca Cavallo, puderam concretizar o projeto graças à quantia incrível que conseguiram angariar através de uma ação de crowdfunding: mais de um milhão dólares! Os donativos vieram de mais de setenta países diferentes e aos apoiantes juntaram-se dezenas de ilustradoras que retrataram de forma magistral cada uma das mulheres biografadas.
O objetivo era reunir num livro um conjunto de percursos de vida fora do comum, histórias de mulheres — escritoras, atletas, cientistas, artistas, exploradoras, ativistas, políticas — que mudaram o mundo e que nesse caminho lutaram contra o preconceito com coragem e determinação, ultrapassando todo o tipo de obstáculos: sociais, físicos, financeiros. O segredo? Mantiveram-se fiéis aos seus valores fundamentais, dos quais nunca abdicaram, e aos seus sonhos, que as orientaram sempre.
“Histórias de Adormecer Para Raparigas Rebeldes” é um livro infanto-juvenil feminista, feito exclusivamente por mulheres, mas não apenas para meninas ou raparigas. A sua mensagem muitíssimo inspiradora é universal e o seu público também. Meninas e meninos. Raparigas e rapazes. Mulheres e Homens. Recomendá-lo-ei sempre e sei que vou oferecê-lo a muita gente!
Uma última nota para as nacionalidades destas heroínas: são muitas e de épocas tão distintas como o antigo Egipto ou a Itália dos nossos dias. Tive pena, porém, que nenhuma portuguesa tivesse sido considerada para esta magnífica galeria. Se eu pudesse apontar uma, escolheria Florbela Espanca. E vocês?
“Deixem que vos diga o que é para mim a liberdade: não ter medo.” (Nina Simone, pág. 161)