PORQUE LI?
Porque o comprei por impulso quando o vi exposto na livraria Flammarion do Centro Georges Pompidou. Suponho que ainda estava sob o efeito da conversa tida com Ryan umas horas antes, na livraria Shakespeare and Company, onde nos conhecemos e o fotografei a ler.
O QUE ACHEI?
Jack Kerouac, nascido nos Estados Unidos da América, era filho de pais canadianos, oriundos do Québec. Em 1965, quando já era um autor famoso, Kerouac decide ir a França para encetar uma pesquisa sobre as suas raízes e saber mais acerca dos seus antepassados. “Satori à Paris” (que se pode traduzir como “Epifania em Paris” ou “Iluminação em Paris”) é o relato dessa viagem, embora os detalhes da pesquisa propriamente dita e as conclusões da mesma (se é que as houve…) tivessem ficado completamente esquecidas. Sobre raízes e antepassados ficamos a zeros. O que acompanhamos verdadeiramente em “Satori à Paris” é o desenrolar de uma sucessão de encontros breves com parisienses e bretões, inúmeras bebedeiras, engates e encontros sexuais, inúmeros cigarros fumados, bagagens perdidas, viagens de táxi e de comboio, e mal-entendidos potenciados pela estranha forma de francês do Québec falado por Kerouac.
Mais do que a busca pelas suas raízes, o que me seduziu inicialmente em “Satori à Paris” foi a expectativa de descobrir um roteiro alternativo para explorar a cidade. Devo dizer que também gostei das primeiras páginas do livro, lidas ainda na livraria. Mas as expectativas quanto ao tal roteiro alternativo saíram-me goradas e o grosso do livro entediou-me profundamente. Nem achei piada ao deboche, eu que gostei tanto de “Mizé – Antes galdéria do que normal e remediada”. Li “Satori à Paris” até ao fim porque tem pouco mais de 150 páginas e porque achei que, apesar de tudo, podia fazer esse esforço. Julgo que terá valido a pena, nem que seja por esta frase:
Ótima crítica.
Gosto um bocado das edições da folio — sempre muito lúcidas.
Abraços.
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