PORQUE RELI?
Li “Blink” pela primeira vez em Fevereiro de 2010. Passados mais de seis anos, volto ao best seller de Malcom Gladwell por sugestão da empresa com a qual desenvolvo um projecto de Biblioterapia. O objectivo era saber mais acerca dos processos que determinam as tomadas de decisão, nomeadamente as decisões instantâneas, que também acontecem todos os dias no mundo do trabalho.
O QUE ACHEI?
“Precisamos respeitar o facto de que é possível saber sem saber porque é que sabemos e aceitar que — às vezes — nos saímos melhor assim.” Pág. 59
Volvidos seis anos achei delicioso constatar que, sem me lembrar de todos os aspectos mencionados no livro, foi muita a informação que retive e alguns os ensinamentos que coloquei em prática no meu dia-a-dia. Porém, foi com um sorriso algo amarelo, admito, que recordei também um par de episódios recentes em que não dei ouvidos ao que sei por experiência acumulada e deixei que o meu lado racional levasse a melhor sobre a lucidez do meu “instinto”, aquele que me levou a decidir acertadamente e num piscar de olhos acerca do carácter de algumas pessoas.
Sem vos revelar muito, estes são, de forma resumida, os principais ensinamentos de “Blink”:
- Decidimos correctamente num piscar de olhos acerca de aspectos relativamente aos quais acumulámos anos de experiência, de sabedoria. Por vezes achamos que decidimos por instinto, temos até dificuldade em explicar racionalmente como sabíamos o que sabíamos. Mas isso é tão só fruto de todo o saber que acumulámos e que está retido no nosso inconsciente, aquilo a que Gladwell chama “a porta trancada”.
- Decidimos erradamente num piscar de olhos quando:
- Falhamos na leitura do rosto dos outros (das sua linguagem corporal e sobretudo das suas micro-expressões) e, logo, falhamos na leitura das suas mentes. E, atenção, isto é algo que se treina e se aprende;
- Quando estamos em situações de elevada tensão (o nosso estado de alerta óptimo — o nível em que a tensão melhora o desempenho — é quando o nosso ritmo cardíaco está entre as 115 e as 145 pulsações por minutos; depois das 145 pulsações, certas capacidades motoras complexas começam a falhar; às 175 pulsações dá-se a completa falência do sistema cognitivo). Mais uma vez, controlarmo-nos em situação de tensão é também algo que se treina e aprende;
- Quando estamos pressionados pelo tempo.
Uma leitura que vos porá em contacto com inúmeros casos reais, experiências reveladoras e cientistas cujas descobertas vos levarão a analisar as vossas mais variadas decisões sob perspectivas nunca antes exploradas. Uma leitura que vos levará a aumentar o número de vezes em que decidem melhor, se estiverem determinados a adoptar alguns dos seus ensinamentos.