Já li – A Força da Coragem

 

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PORQUE LI?

Vão achar isto presunçoso, mas não há outra forma de dizê-lo: identifiquei-me com o título. E depois, tive a imensa sorte da Marcador me oferecer o livro. Já não me falta muito para terminá-lo e daqui a uns dias actualizarei este post com as minhas impressões sobre o trabalho de Brené Brown, mas há algo que vos posso antecipar: sabem como a leitura nos ajuda a encarar outras perspectivas e a descobrir outras formas de pensar e sentir? Pois bem, eu já aprendi um par de lições que foram autênticas bofetadas.

O QUE ACHEI?

“(…) acredito que a vulnerabilidade — a vontade de nos expormos e de sermos vistos sem qualquer garantia de resultados — é o único caminho para obtermos mais amor, uma maior sensação de pertença e mais alegria (…) mesmo no meio de uma batalha diria que fazer isto não só compensa: isto é viver uma vida sincera, incondicional (…) escondermo-nos, fingirmos e protegermo-nos contra a vulnerabilidade está a matar-nos: a matar o nosso ânimo, as nossa esperanças, o nosso potencial, a nossa criatividade, a nossa capacidade de liderar, o nosso amor, a nossa fé e a nossa alegria (…) Aonde quer que vá, encontro pessoas que me dizem que estão a dar lugar à vulnerabilidade e à incerteza — que isso está a mudar as suas relações e a sua vida profissional”. Brené Brown em “A Força da Coragem”

Brené Brown, doutorada na área das Ciências Sociais, investigadora, professora universitária e empresária é especialista em vulnerabilidade. No livro “A Força da Coragem” e, de certa forma, em livros anteriores, explica como aceitarmos e expormos a nossa vulnerabilidade nos mais variados contextos em que a nossa vida e desenrola pode mudar-nos radicalmente para melhor.

A Força da Coragem” é, no meu entender, um livro revolucionário e poderosíssimo que pode mudar a vida de muita gente. Em Portugal, acredito que isso aconteça sobretudo a nível individual e que tenha impacto na natureza e dinâmica de relações pessoais. Quanto ao impacto em organizações ou em contexto empresarial sou muito céptica.

Embora Brené Brown esteja a levar os benefícios da vulnerabilidade para as maiores empresas norte-americanas e os seus líderes estejam a abraçar o conceito, não considero que os empresários portugueses — patrões, gestores, administradores, seja o que for — estejam preparados para aceitar as conclusões das investigação feitas pela autora. Numa cultura global emotivofóbica, o mundo corporativo português mantém-se avesso às emoções em contexto profissional porque as considera, precisamente, pouco profissionais. Um preconceito tremendo! Como escreve René Brown:

Não me parece que possamos aprender muito sobre nós, as nossa relações ou o mundo sem conhecermos e querermos saber o que é a emoção”.

A título muito pessoal, “A Força da Coragem” teve um impacto muito grande em mim ao introduzir uma ideia, que se transformou num daqueles momentos “como é que nunca tinha pensado nisto assim?!” ­­— partirmos do princípio que os outros estão sempre a fazer o melhor que sabem em determinado momento. Uma atitude de compaixão, que nos leva a deixar de julgar quem nos rodeia. A este propósito René Brown diz:

“(…) muito cedo no meu trabalho, eu tinha descoberto que as pessoas mais compassivas que entrevistara também são aquelas que têm os limites mais bem definidos e respeitados (…) Elas pressupõem que os outros estão a fazer o seu melhor, mas também pedem aquilo de que precisam e não aturam grandes tretas (…) dizem não quando tem de ser e, quando dizem sim, estão a ser sinceras. São compassivas porque os seus limites as impedem de conhecer o ressentimento (…) eu sei que não julgamos os outros quando nos sentimos bem connosco”.

Obviamente, recomendo a todos a leitura deste livro incrível.

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