São estes os meus dias de Inverno preferidos: o céu limpo, o sol forte e as temperaturas baixas que baste. Venho do renovado Mercado do Bom Sucesso e atravesso a Rotunda da Boavista, em direção à Casa da Música. Do alto do pedestal que marca o centro do jardim, o leão de bronze, símbolo da vitória anglo-portuguesa sobre as tropas de Napoleão, observa tudo, o Márcio incluído, filho do Brasil que aproveita a hora de almoço para ler um romance que versa sobre outra guerra — “A Filha do Capitão”, de José Rodrigues dos Santos.

“Tornei-me recentemente fã do autor. Durante quase dez anos, tive “O Codex 632” em cima da mesa de cabeceira, mas havia sempre outros livros que lhe passavam à frente. Até que um dia vi na televisão um programa com José Rodrigues dos Santos sobre Cristóvão Colombo. Como tinha o livro, peguei e gostei muito. Li outros livros do autor a agora voltei atrás para continuar a ler mantendo a ordem cronológica das edições. Este deve ser o quinto ou sexto livro que leio. A sua escrita chama muito a atenção, os pormenores, os detalhes. Daí os seus livros terem mais de seiscentas páginas! E prendem mesmo.”

“A Filha do Capitão“, cuja ação decorre durante a Primeira Guerra Mundial, não foge à regra: o Márcio está a gostar muito, até porque tem uma predileção por livros que permitam ao leitor entrar dentro deles, ao ponto de se sentir um personagem também. Daí que recomende a leitura deste romance a quem queira passar um bom momento entre as letras. “E há que aproveitar enquanto há livros, porque daqui a nada está tudo nos computadores. E eu gosto do papel, preciso de manusear”.