Terminou às 18h do dia 31 de Dezembro, um dos episódios mais emocionantes do meu ano de 2015 — a campanha de crowdfunding para financiar a compra da nova câmara do Acordo Fotográfico.
Se eu soubesse em Agosto deste ano (mês em que a minha obsoleta Canon avariou) o que sei atualmente sobre o que implica uma acção deste género, provavelmente não teria demorado tantos meses a ponderar avançar ou não. Embora alguns possam pensar que o fiz levianamente, enganam-se se acham que não me debati até ao fim — e ainda agora enquanto escrevo este post — sobre a legitimidade de pedir dinheiro para algo que, à primeira vista, pode não parecer muito… nobre.
Poderão apontar-me que agora é fácil falar, já que sei que o processo foi um sucesso. Mas eu acredito que mesmo que não tivesse conseguido angariar toda a quantia necessária, as emoções vividas nestas últimas semanas do ano teriam valido muitíssimo a pena. A plataforma portuguesa que escolhi para levar esta ideia avante é altamente profissional, mas esquece-se de fazer um aviso importante aos novatos como eu. Algures na literatura inclusa do site, devia anunciar-se: “Atenção, o recurso ao crowdfunding pode gerar emoções fortes, quiçá, lágrimas de alegria e gratidão”.
É verdade: estava preparada para as críticas e estava preparada para o fracasso, mas não estava preparada para a jornada emocional em que me vi envolvida. Angariar fundos desta forma vai muito além do dinheiro. Aliás, provavelmente, tem muito pouco a ver com dinheiro. Tem a ver com a fé, com o amor, com a amizade, com o carinho, com a generosidade, com o reconhecimento de que fui e sou alvo. E eu, que me sinto infinitamente grata e emocionada às lágrimas por merecer tamanha distinção, prometo que trabalharei no Acordo Fotográfico com fé, amor, amizade e carinho pensando a cada momento em todos vós, os que ajudaram com dinheiro ou com palavras de apoio ou propagando a mensagem e apelando à participação ou inundando-me de energia positiva. Tudo isto é válido e está, para mim, no mesmíssimo patamar.
Embora este ano não tenha sido fácil nem para mim nem para o Acordo Fotográfico, 2015 acaba da melhor maneira: com uma vitória. Uma vitória conjunta e que sabe, por isso, ainda melhor. O Acordo Fotográfico, que deixou de ser meu no dia em que publiquei o primeiro post, é agora, mais do que nunca, de todos nós e dos que ainda estão por vir.
Que venha 2016, que eu estou cheia de ganas de continuar a fazer acontecer “coisas” em torno dos livros e dos leitores. Em Portugal e além fronteiras. 😉
Desejo-vos um excelente 2016!
Bem hajam!