A dez minutos a pé da casa onde passei a semana em São Paulo fica um pequeno jardim chamado Martin Luther King que é muito frequentado pelos moradores da zona: durante a semana são os mais velhos que aproveitam o recinto para fazer exercício físico e ao fim de semana o espaço é invadido por crianças que ocupam o parque infantil. Mas este jardim, que poderia ser apenas mais um na gigantesca “Selva de Pedra”, tem uma faceta peculiar que me levou a querer visitá-lo: a existência de uma biblioteca pública que funciona ao ar livre e de onde todos podem levar livros sem dar cavaco a ninguém. A sua simplicidade é extrema e a forma como foi montada espelha as preocupações ambientais que orientam a filosofia de todo o jardim: reduzir, reutilizar, reciclar. Quando lá cheguei, andavam algumas pessoas de roda das prateleira e dos dois carrinhos que, numa zona mais exposta, também disponibilizam livros, mas ninguém estava verdadeiramente a ler. Só mais tarde encontrei o Raúl entretido com “Um Bairro Encantado“, de Rosana Rios, o livro que o seu filho tinha escolhido na biblioteca do jardim. Incentivado a ler desde pequeno, o pequeno Gabriel correspondeu aos estímulos dos pais. Foi com evidente satisfação que o Raúl me disse: “E o bom é que ele gosta muito de ler!“.
Fotos do jardim Martin Luther King aqui.
Fotos do jardim Martin Luther King aqui.