Mónica & Jorge Amado

 
Tenho o hábito de assinar e datar todos os livros que compro ou que me são oferecidos, por isso sei exatamente quando li “Jubiabá“: corria o mês de Julho de 2004 e estava de baixa médica prolongada em Portimão, na casa dos meus pais, que me ofereceram o livro. Há umas semanas, no metro, voltei a cruzar-me com o pugilista António Balduíno (foi assim que guardei este personagem na memória até hoje), agora nas mãos da Mónica que lia sentada à minha frente. Este era o seu primeiro romance de Jorge Amado e também a sua primeira tentativa no sentido de adquirir o hábito de ler. Disse-me estar numa fase em que sentia maior disposição para a leitura, salientando que ler tinha a dupla vantagem de ajudá-la na concentração e a fazer as viagens de metro, onde passa muito tempo. O livro fora-lhe emprestado por uma colega de trabalho e a leitura ainda ia muito no início, mas uma coisa a Mónica já sabia: a história de António Balduíno não estava nada distante da realidade, era uma narrativa com a qual conseguia identificar-se e por isso, passadas poucas páginas, já se sentia presa ao personagem e ao seu percurso.
 
Por senti-la entusiasmada com o livro, recomendei-lhe outros romances do mesmo autor, obras que me marcaram e que supus que também pudessem agradar-lhe, sobretudo por causa das suas mulheres inesquecíveis: “Dona Flor e Seus Dois Maridos“, “Tieta do Agreste“, “Gabriela Cravo e Canela“, “Teresa Batista Cansada de Guerra“. Ofereci-me, ainda, para lhe recomendar outras leituras, sempre que quisesse. Se dependesse apenas de mim, a Mónica teria sempre bons motivos para continuar a ler. Mas o esforço terá de ser seu. Espero que persista.
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