Já aqui escrevi algumas vezes sobre o quanto o Acordo Fotográfico mudou a minha vida para melhor. E na base de todas as coisas boas que me têm acontecido a propósito deste simples projeto estão as pessoas que tenho conhecido. Algumas, apenas de passagem, mas cujas mensagens recordo com ternura e cujas fotografias vou rever volta e meia; outras com as quais vou mantendo um contacto regular quer por email, quer nas redes sociais e que vou tendo a oportunidade de conhecer pessoalmente; outras, ainda, que chegaram para passar a fazer parte do meu dia a dia. É o caso da Inês.
Embora vivamos no Porto há uns bons anos, eu e a Inês nunca nos tínhamos cruzado. A primeira vez que soube dela, foi em junho de 2012, estava eu de férias em Berlim. Na altura a Inês mantinha um blogue pessoal onde, a par de outras considerações, divulgava os vídeos que gravava com as suas impressões sobre os livros que ia lendo. Foi aí, nesse blogue, que escreveu sobre o Acordo Fotográfico e manifestou o desejo que um dia eu a encontrasse a ler num qualquer lugar da Invicta. Mas a vida quis muito mais do que um encontro esporádico e uma fotografia que registasse o momento. Para mim e para a Inês — que ainda antes de nos conhecermos pessoalmente me disse um dia que vivia um caso sério de paixão pela Literatura — a vida quis que acabássemos a desempenhar juntas esta linda profissão que é a de vender livros.
O facto da Inês ser minha colega de trabalho poderia levar-vos a pensar que esta fotografia foi combinada, o que não é verdade. Eu, a Inês e a G. passamos a maior parte das nossas horas de almoço juntas, a deambular pela baixa do Porto, mas naquele dia a Inês não nos acompanhou. Preferiu ir ler, sem nos revelar exatamente onde. Foi no regresso ao trabalho que a encontrámos no mais provável dos lugares: o jardim da Cordoaria. “Hoje não me escapas!”, disse-lhe, e fiz (finalmente!) a fotografia da Inês, num dos raros momentos em que que não lia ficção. Tinha consigo a “Poesia Reunida“, de Maria do Rosário Pedreira, um livro que despertou grande curiosidade quando lhe passou pelas mãos, não tendo descansado enquanto não o comprou. Esta leitura foi também estimulada por um canal que a Inês segue no Youtube e que tem como grande objetivo para 2013 fazer com que as pessoas leiam mais poesia. Na altura em que falámos, a Inês disse-me que estava a gostar do livro, mas que ainda não sabia ao certo porquê. Habituada a ler e a refletir sobre livros de ficção e romances, talvez lhe faltassem as palavras certas para descrever o que sentia perante os poemas de Maria do Rosário Pedreira (que aqui entre nós, eu soube à posteriori, a impressionaram muito).
Aproveita bem as férias! Teremos muito tempo para comentar o post. 🙂
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Que livro tão bom para se ser apanhada pelo Acordo Fotográfico! 🙂 Ainda que me faltem as palavras para, objetivamente, explicar porquê, recomendo-o vivamente a toda a gente.
É mesmo verdade que uma atividade tão solitária como a leitura consegue aproximar pessoas como nenhuma outra.
(Gostava muito de amanhã poder comentar este post contigo, mas, como sabes, estou de férias :D)
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