Ainda em Madrid, um lugar onde nunca tinha estado: o Templo de Debod. Este templo, oferecido pelo governo egípcio aos engenheiros e arqueólogos espanhóis que ajudaram a resgatar vários tesouros antes que fossem engolidos pelas águas da Barragem de Assuão (a maior barragem de África e uma das maiores do mundo), fica situado no Parque del Oeste, numa zona elevada de onde se tem uma vista desafogada sobre parte da capital espanhola. Na manhã em que o visitei, ainda pela fresca, eram muitos os madrilenos que aproveitavam aquele lugar para caminhar, correr, brincar com as crianças ou passear os cães. E havia, pois está claro, quem aproveitasse para apanhar um pouco de sol enquanto lia. Era o que fazia a Maria Victoria, uma leitora ávida, que lê tudo o que possa, mas que tem uma particular predileção por policiais e thrillers bem negros. Era o caso de “Serpientes en el Paraíso“, de Alicia Giménez Bartlett, um policial que explora a frágil fronteira entre a aparência e a verdade, a amizade e a traição, e do qual a Maria Victoria estava a gostar mutíssimo.