A Luísa, professora de profissão, gosta de ir à baixa do Porto, aos sábados, para tomar um café. Naquele início de tarde, encontrei-a no Piolho onde lia um pouco antes de regressar a casa e retomar a correção de uns testes. Pousado sobre a mesa estava o livro “As Três Vidas“, o seu primeiro romance de João Tordo. Embora estivesse muito no início, a Luísa já estava a gostar do pouco que tinha lido e dizia estar confiante quanto ao resto do romance porque este lhe tinha sido recomendado por uma colega com quem tem grandes afinidades literárias. Surpreendida pela minha proposta e pelo objetivo do Acordo Fotográfico, a Luísa revelou-me que na escola onde lecciona já tinham tentado fazer algo semelhante: volta e meia um professor apanhava um miúdo a ler algures no recinto, fotografava-o e colocava a imagem no blogue da escola. A intenção, claro está, era a melhor: incentivar os alunos a ler. Mas sem uma autorização dos pais para publicar as fotografias online estavam a correr grandes riscos. A ideia teve, por isso, de ser abandonada.