O direito de não acabar um livro

 
Não são poucas as vezes que ao escrever estes posts me lembro dos Direitos Inalienáveis do Leitor enumerados por Daniel Pennac em “Como um Romance“. Para um blogue como este, que se alimenta única e exclusivamente das leituras dos outros, direitos como o de “não ler” ou o de “não falar do que se leu” são uma séria ameaça. Mas, felizmente, andam por aí muitos leitores a exercer o legítimo direito de ” ler não importa onde” e é nesse momento que eu surjo de câmara em punho. 
 
Na tarde em que conheci a Cristina foi do “direito de não acabar um livro” que me lembrei. Embora não leia muito, a Cristina está determinada em mudar este aspeto da sua vida. Foi por isso que retomou a leitura de “Café República“, livro que o irmão lhe emprestou há muito tempo e que se sente na obrigação de terminar, apesar de não estar a gostar da história. Quando lhe perguntei por que motivo não o deixava a meio, respondeu-me que queria dar-lhe uma oportunidade, até porque já lhe tinha acontecido só começar a gostar de um livro com a leitura bastante adiantada. 
 
Não foram poucas as vezes que fiz o mesmo. Mas a vida ensinou-me que, para além de haver livros que nos chegam às mãos na altura errada, o tempo de que dispomos nunca chegará para ler tudo o que está ao nosso alcance. Por isso, com a ajuda preciosa de Pennac, passei a exercer sempre que necessário e sem peso na consciência “o direito de não acabar um livro”.
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2 thoughts on “O direito de não acabar um livro

  1. Pois é, Vespinha, nisto de não acabar de ler livros também estamos em sintonia! Identifiquei-me totalmente com o processo que descreves no teu post. 😉

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